Já não se escreve mais como antigamente

Artigo Publicado no site Portal da Educação Física – Novembro/2009

Essa afirmação não é uma verdade absoluta entre os idosos. Pelo contrário, é comum encontrarmos pessoas acima dos 60 anos com uma caligrafia bonita e caprichada. É claro que aqui não estamos considerando os que não tiveram oportunidade de formação escolar regular.

O que nos surpreende é como o ato de escrever hoje ficou eliminado pelo computador. Cartas e bilhetes caíram em desuso. Agora nos comunicamos muito mais através de meios eletrônicos: email, MSN, Orkut, Twitter, etc.

Essa rotina ainda não faz parte da vida da maioria dos idosos. São poucos os que se privilegiam desse contato e dessa aprendizagem, por enquanto.

É importante uma caligrafia clara, nítida e até bonita. Nisso os idosos estão superando os jovens que estão “queimando” fases fundamentais do processo da escrita e com isso apresentam comumente dificuldades de ortografia.

Antes de usar o computador no dia-a-dia é preciso treinar-se a caligrafia, até obter uma escrita que seja compreensível para os outros, já que garranchos no papel e dificuldade para escrever manualmente podem ser indícios de distúrbios.

Longos períodos sem escrever à mão podem também piorar essa dificuldade. Afinal escrever é como fazer ginástica: quando se volta a se exercitar após uma fase de descanso, o corpo sente.

Vida é movimento… Movimento é ação… Ação é viver!

Nesse sentido os idosos levam vantagem, já que muitos gosta mde escrever cartas, textos, listas, agendas, etc. Só que eles fazem dessa prática um instrumento de exercício da memória – quando escrevemos registramos aquilo que não devemos ou queremos esquecer.

Dessa relação e comparação, fica-nos duas questões:
– Escrever a mão ou digitar?
– Ler ou assistir TV?

Nossa resposta psicomotora: – tudo que passa pelo movimento ativo corporal, que coloca o corpo em ação é vivido e internalizado, estimulando o cérebro como numa ginástica vital.

A passividade, comodismo, facilidade da vida moderna pode ser muito bom e prático, mas é o caminho mais curto ao sedentarismo, obesidade e patologias.

V

Cacilda Gonçalves Velasco
Professora, Pedagoga e Psicomotricista
Presidente da  ASSOCIAÇÃO VEMSER (www.associacaovemser.org.br)
http://lattes.cnpq.br/2699937931926098